Marketing de Protagonismo: entenda a metodologia
O protagonista é aquele que ocupa o primeiro lugar, o principal personagem de um acontecimento. Porém, para que ele tenha destaque e se mantenha nesse posto, necessita estar em constante mudança, sempre em busca de algo que o mantenha desafiado. É ele quem deve ser o principal lutador em busca dos seus objetivos.
Basicamente, existem duas formas para uma pessoa ou empresa se tornar protagonista: pela essência do indivíduo e pelos movimentos naturais do mercado ou pela luta para alcançar o primeiro lugar, conforme explicamos aqui.
O marketing sempre teve o objetivo de colocar as marcas em uma posição de protagonistas. Porém, muitas empresas ainda não compreendem bem como isso funciona.
Quem nunca ouviu aquela frase: “o nosso maior adversário somos nós mesmos”? A falta do autoconhecimento como marca/empresa torna mais difícil a chegada nesse lugar tão desejado. É preciso ter consciência e maturidade para nos enxergarmos com transparência e entendermos em qual nível estamos.
Vamos entender melhor? Então continue a leitura!
Transformação com coragem
Para que transformações aconteçam com o nosso negócio, é preciso começar pelo lado mais íntimo: conhecer a NOSSA ESSÊNCIA, ou seja, os valores nos quais acreditamos. Apenas assim, tendo esse autoconhecimento, é que será possível ter coragem para se transformar.
É necessário sensibilização e entendimento dos valores, enquanto objetivos da organização. Se não tivermos isso muito bem definido, teremos problemas ao nos posicionarmos.
Não é por acaso que muitos profissionais e marcas se tornam coadjuvantes por não conseguirem exibir seus potenciais diante de desafios e oportunidades. Afinal, quando não nos conhecemos o suficiente, temos a tendência de recuar.
Pensando em transformação e coragem, precisamos entender que será necessário tomar decisões desconfortáveis, assumir riscos e abrir mão dos benefícios de estar em uma “zona de conforto”.
Na realidade, o termo “zona de conforto” nem deveria aparecer neste conteúdo, pois se tem uma coisa certa é a seguinte: você não vai conquistar o protagonismo neste lugar de conforto.
Talvez, ou com certeza, seja mais fácil não se posicionar, não colocar a “cara a tapa”, porque o comodismo nos dá a percepção de que estamos mais seguros e consequentemente errando menos.
No entanto, toda ação tem uma reação, e uma delas é estar fora dos holofotes, apesar de que essa nem seja a grande questão. O que podemos dizer é que uma empresa que não se arrisca, muito provavelmente não será protagonista em seu segmento e acabará mais nos bastidores ou atuando como coadjuvante.
E você pode estar se questionando agora: qual é o problema em não querer holofotes e até mesmo não ser protagonista? Eu diria: nenhum! Nem todas as marcas, profissionais almejam essa visibilidade e responsabilidade. E está tudo bem!
Entretanto, abrimos mão, consequentemente, de não conquistar um espaço para criar laços mais verdadeiros de conexão, com pessoas que se identifiquem com nossa história, justamente por não ter uma narrativa disponível para que as pessoas possam conhecer e apreciar. É preciso ter essa consciência!
E digo mais, o marketing de protagonismo, talvez, nem seja para todas as empresas. A metodologia é recomendada para aquelas que querem mais, querem ir além, que não estão satisfeitas em seguir a “boiada”, buscam o diferente e estão dispostas a correr alguns riscos para liderar um mercado e conquistar a admiração do seu público.
O marketing de protagonismo é para as empresas que estão dispostas a dar alguns saltos de fé, por acreditarem e terem clareza sobre onde querem chegar. Afinal, por mais que um penhasco seja fundo e escuro, se você acreditar fielmente que o que tem lá embaixo são oportunidades, você cria coragem e um método seguro para se jogar.
Níveis de consciência organizacional e autoconhecimento
Não basta querer introduzir o marketing de protagonismo na sua empresa. Além do querer, a organização precisa estar preparada para dar esse passo.
Imagine, por exemplo, uma empresa com uma postura ousada, mas com uma equipe desengajada, despreparada e uma cultura organizacional desalinhada? Certamente, teríamos muitos problemas, concorda?
Por isso, conhecer e entender o momento da empresa, os objetivos enquanto organização é tão importante para dar esse passo e, aí sim, se tornar uma verdadeira protagonista.
Conforme conceito de Richard Barrett, uma empresa passa por 7 níveis de consciência organizacional, conforme mostra a figura abaixo:
- No nível 1, a empresa busca por controle e resultados, é a necessidade básica de sobrevivência no mercado;
- Já no nível 2, a empresa consegue investir mais tempo nas relações e em comunicações que apoiam o crescimento o seu crescimento;
- No nível 3, a empresa traz mais lógica, ciência e experiência para sua rotina, inovando e trazendo processos e sistemas para otimizar os serviços e melhorar a performance das atividades;
- No nível 4, a empresa passa por um momento de transformação e sente a necessidade de evoluir corajosamente. A organização também pensa em renovação, aprendizado contínuo e adaptabilidade para coisas novas;
- No nível 5, a empresa começa a se preocupar e pensar mais em seu propósito e razão de ser. Ela quer ter coesão e desenvolver uma cultura alinhada com seus objetivos e busca inspirar os que estão à sua volta. Não é mais suficiente prestar um serviço e ter excelência, é preciso ter um significado.
- Já no nível 6, as empresas são movidas por fazer a diferença no mundo e construir um legado para a comunidade. Já sentem a necessidade de mentorar parceiros e ajudar os outros a evoluírem também;
- E, por último, no nível 7, as empresas são movidas pela necessidade de servir ao mundo. São visionários e globais, olham por uma perspectiva mais ampla e que vai além do seu negócio, é um olhar para fora, para o mundo e com preocupação em relação a ele.
Bom, se pensarmos assim, diante do cenário que Richard Barrett nos coloca, porque não olharmos para uma perspectiva de marketing?
Uma observação importante, antes mesmo de entrar nesse ponto: É válido reforçar que, apesar de concordar com Barret, acreditamos que não existe uma regra e ordem “lógica” de consciência organizacional.
Entendemos que existem empresas que já nascem com maior maturidade de inovação, como as startups, e que podem pular algumas dessas fases.
Dito isso, vamos adiante!
Níveis de consciência de marketing
Se pensarmos melhor e analisarmos por uma perspectiva mercadológica, se existem níveis de consciência organizacional, talvez, esse mesmo nível de compreensão e maturidade também possa ser observado pelo viés de marketing.
Por isso, julgamos importante criar o nível de consciência de marketing, conforme mostra a figura abaixo:
O DESCONHECIDO:
Esforço de marketing para tornar a marca mais conhecida no mercado. Normalmente, nesse estágio, o nível de maturidade é baixo no que diz respeito ao marketing.
Nele, a empresa busca desenvolver os primeiros passos, tais como: criar uma identidade visual e estabelecer as primeiras ações de posicionamento para uma construção de branding.
Resumindo: o marketing atua mais sob demanda e em níveis mais básicos.
MARKETING DE RELACIONAMENTO:
Esforço de marketing para tornar a marca mais humana, criar relacionamentos mais afetivos, estratégias mais planejadas e uma visão de marketing mais ampla.
Nessa fase, a empresa está mais preocupada com a construção de uma relacionamento mais consistente, buscando educar seu mercado e ajudar seus clientes com aquilo que elas dominam.
Aqui entra o Inbound Marketing e a empresa começa a enxergar mais a importância das estratégias de conteúdo.
MARKETING DE PERFORMANCE:
Com a comunicação da empresa mais estabelecida, nessa fase, a preocupação da marca é tornar o marketing um departamento que atua junto com o time de vendas, focando mais em resultado, performance e atuação digital.
É nesse momento que se iniciam as estratégias de Growth Marketing, experimentos e testes para melhoria contínua e performance.
REVOLUÇÃO:
Com uma estrutura de marketing bem estabelecida, a empresa começa a pensar em transformação.
E agora, qual o próximo passo? Começa a ter desconforto em seguir a “boiada” e quer encontrar um novo caminho. Ou seja, o negócio busca ir além!
ATITUDE DE PROTAGONISMO:
O marketing está mais alinhado com a cultura e o desejo de autenticidade da empresa, busca mostrar ao mundo a razão de ser.
Além disso, no nível do protagonismo, o marketing quer inovar, fazer diferente e ser referência não apenas pelo conhecimento intelectual do seu segmento, mas também pelo seu jeito de ser e pela forma como pode ampliar a visão do mundo e das pessoas em seu mercado.
FORÇA PROTAGONISTA:
A preocupação de marketing e posicionamento está em usar sua força e protagonismo para construção de um legado.
A empresa quer usar seu poder de influência em prol da sociedade. Nesse estágio, a marca já reconhece sua força e busca tornar o mundo um lugar melhor.
O HERÓI:
Ele já não é mais um gerador de tendências, e não somente tem um legado admirável. A empresa é vista como uma marca essencial no mercado.
É quase impensável pensar num mundo sem ela. É aquela marca que já coloca o “tornar o mundo um lugar melhor” acima de suas questões individuais. Afinal, o herói está disposto a morrer pela sociedade.
Pare. Faça uma reflexão. Em que nível sua empresa está? Você consegue definir?
Reforçando: não existe uma ordem lógica no quesito níveis de consciência organizacional, logo, podemos presumir que no de marketing também não. Mas, vale ressaltar que, diante uma grande maioria, esse é o cenário mais visto nas empresas.
A metodologia do Marketing de Protagonismo
Embasada no conceito de Richard Barrett, que explica os níveis de consciência organizacional, Karini Schulter fez uma análise similar, mas pela perspectiva de marketing. Assim, criou os níveis de consciência de marketing.
Estudando e analisando mais a fundo, é possível perceber que uma empresa precisa se conhecer para entender em qual desses estágios ela se encontra e de que forma ela pode evoluir para alcançar seus objetivos como organização.
Conforme você pode ver nas figuras acima, tanto nos níveis de consciência da organização, quanto no de consciência de marketing, é perceptível em qual nível uma empresa protagonista se encaixa, não é mesmo? Foi com esse olhar e essa inquietação da autora que nasceu o MARKETING DE PROTAGONISMO.
Ainda não conhece o conceito de marketing de protagonismo? Então, leia agora o nosso artigo que o explica com detalhes.
Agora, se você já leu o primeiro conteúdo e já conhece o embasamento e o conceito de marketing de protagonismo, que tal ficar atento às nossas próximas publicações? Em nosso blog, sempre trazemos dicas e orientações para que a sua empresa se torne uma verdadeira protagonista.
Deixe uma resposta
Quer participar da discussão?Sinta-se livre para contribuir!